
Chegou a hora de cuidarmos de quem cria valor: os empresários
Com a tomada de posse de um novo Governo, renova-se a esperança de um país mais justo, mais competitivo e mais próspero. Mas para que esse caminho seja possível, há uma premissa essencial que não pode continuar a ser ignorada: é preciso cuidar das empresas. E, sobretudo, é preciso cuidar dos empresários.
Durante demasiado tempo, os empreendedores portugueses têm sido injustamente retratados como vilões — suspeitos de fugir aos impostos, de explorar trabalhadores, de agir sempre em benefício próprio. Esta visão é não só ultrapassada como profundamente injusta. A esmagadora maioria dos empresários paga impostos, cumpre as suas obrigações, assume riscos diariamente e faz um esforço constante para pagar salários justos e manter postos de trabalho.
É fácil esquecer que por trás de cada salário pago está uma empresa que faturou, pagou IVA, IRC, TSU, segurança no trabalho, seguros e contribuições de toda a ordem. Que por trás de cada exportação bem-sucedida está um empresário que investiu, planeou e acreditou. E que por trás de cada PME portuguesa está alguém que, muitas vezes, coloca o negócio à frente da própria vida pessoal.
Queremos pagar melhores salários. Queremos crescer. Queremos internacionalizar. Mas precisamos de um Estado que nos veja como parceiros — não como suspeitos por defeito. O combate à fraude fiscal é legítimo, mas não pode ser feito à custa da asfixia burocrática das empresas que fazem tudo de forma transparente.
Portugal precisa urgentemente de uma visão que valorize quem cria valor. Que simplifique a fiscalidade, reduza o peso da burocracia e promova políticas que incentivem o crescimento e a competitividade. Sem empresas fortes, não há emprego estável, inovação nem desenvolvimento económico.
Chegou a hora de virar a página. Cuidar dos empresários não é proteger interesses privados — é garantir o bem-estar coletivo. Porque, no fim do dia, é nas empresas que nasce a riqueza que sustenta o país.
Um abraço,
Mário Moura